Chris Marinho : COMER, REZAR E AMAR EM ROMA

Cedinho fomos ao Museu Vaticano, e graças à Deus tínhamos comprado os bilhetes online (http://mv.vatican.va/) porque a fila estava quilométrica.

Na verdade eu não gosto de comprar nada pela internet porque acho um absurdo ter que pagar as taxas sobre as compras internacionais que deixam o programa bem mais caro, mas no caso de entradas de museus, atrações etc, é a melhor alternativa,porque as filas são absurdas... não me canso de dizer, somos 7 bilhões girando por esse mundo de meu Deus!

Escolhemos o ingresso para o Museu e Capella Sistina - aberto de segunda à sábado das 09 às 16h. Aluguei o "audio-guia" - disponível em italiano, francês, espanhol, inglês, alemão, coreano, chinês japonês e russo. Super prático e você comanda o seu tour. Existem várias outras possibilidades e combinações de ingresso no site: http://mv.vatican.va/. O nosso escolhido durou mais ou menos 3 horas.

Super interessante a história da humanidade contada desde o Egito, com peças lindas, quadros maravilhosos e tapeçarias esplêndidas! Me surpreendi positivamente, não achei que seria tão interessante!

A Capela Sistina que tem esse nome em homenagem ao Papa Sisto IV, que resolveu restaurar a capela Magna, é um espetáculo à parte! Sua arquitetura teve como base o templo do rei Salomão e os seus afrescos renacentistas são de autoria de artistas como Ghirlandaio, Perugino, Raffaello, Bernini e Botticelli que nas paredes laterais retrataram cenas da vida e ancestralidade de Jesus, Moisés e dos papas.

O teto, obra de Michelangelo é considerado o trabalho mais importante da história da arte. Ali ele trabalhou sozinho. E estão retratados episódios desde a separação da luz e trevas até o dilúvio universal. Na parede atrás do altar também de Michelangelo as cenas do juízo final. Realmente um espetáculo!

O Papa Sisto consagrou a primeira missa a Nossa Senhora da Assunção - Mãe de Jesus. É na capela Sistina que se realiza o conclave para a escolha do novo papa.

No final a visita à salão dos automóveis com as várias carruagens e carros que transportaram os papas ao longo desses anos todos, inclusive o Papa Móvel usado por Karol Wojtyla.

Como o tour durou um pouco mais que o planejado almoçamos no restaurante do Vaticano! Nada de especial nem de ruim. Algumas opções inclusive muita fruta, sucos, etc.

Passamos pela Praça São Pedro para algumas fotos e fomos caminhando até chegar ao Castel Sant'Angelo, construído em 123 d.c., como mausoléu do Imperador Adriano e de sua família, é um dos poucos monumentos dessa época que resistiram em pé e conta a história de quase 2.000 anos. Já foi mausoléu, museu, prisão e residência do Papa Nicoló III – guarda vários afrescos de Michelângelo. – O Imperador Adriano (117 – 138) considerado um dos 5 bons imperadores, apaixonado pela cultura grega fez de Atenas a capital cultural do império romano, re-construiu o Panteão de Roma e construiu o Templo de Vênus e Roma. Os 5 bons imperadores: Nerva, Trajano, Adriano, Antonino Pio e Marco Aurélio, nesse período reinou a Paz e a expansão do Império Romano. A suceder Marco Aurélio não foi escolhido o melhor homem como vinha sendo até o seu governo e sim seu filho, o que levou à baixa do Império Romano. Lindo e majestoso, a ponte em frente ao castelo é maravilhosa! Pena que às vezes seja tomada por vendedores ambulantes com as bolsas de grifes falsificadas... arrgh !

Dalí caminhamos ao longo do Rio Tevere, lindo com os seus plátanos pendentes na margem, até a Ponte Umberto I e atravessamos para a Piazza Navona que era um estádio da Roma antiga, e aos poucos sobre as suas arquibancadas foram sendo construídas as casas mas passou a ser uma praça somente no século XV quando o mercado foi transferido do capitólio para lá. No centro a Fontana dei Quattro Fiumi (Fonte dos quatro rios) é di Lorenzo Bernini e conta ainda com a Fontana di Netuno e a Fontana Del Moro. No Palazzo Pampilli está a embaixada brasileira.

A praça tem uma atmosfera deliciosa com pintores, caricaturistas, músicos, lembra um pouco a atmosfera de Montmartre em Paris, só que num tom mais sofisticado! Os cafés são charmosíssimos mas com preços salgados, pois cobram um "couvert". Não deixe de experimentar um delicioso sorvete na Gelateria Tre Scallini. Nós escolhemos o Caffé Barocco para tomar um delicioso aperitivo com amigas do coração: Marina, Terry e Clara! Fim de tarde estupendo na Piazza Navona!

Nos despedimos das meninas e fomos caminhando até a Piazza di Campo dei Fiori que é a única praça de Roma onde não existe uma igreja. No centro a estátua em homenagem ao filósofo Giordano Bruno que foi queimado vivo ali em 1600 por ter afirmado, como Galileu, que a terra girava em torno do sol e não o contrário. Aqui tem mercado todos os dias, excluso o domingo. O frio começou a incomodar e Ricco teve que parar para comprar luvas e echarpe!

Continuando a nossa caminhada fomos parar do outro lado, atravessamos mais uma vez o Rio Tevere (que serpenteia por Roma), na altura da Ponte Sisto (só para pedestres) e fomos passear pela noite de Trastevere, o bairro boêmio da cidade. Aqui um barzinho atrás do outro, música ao vivo, e para restaurantes: o embaraço da escolha! Depois de caminharmos bastante pelas ruelas de Trastevere escolhemos o restaurante "Da Massi"(http://www.ristorantedamassi.com/) - Via della Scala, 34 - cozinha típica romana. Comi rezando um "Tagliolini alla carbonara", delicioso! Massa artesanal... Humm ! Deu água na boca !

Dalí muito tranquilamente tomamos um ônibus - eram 22:30h - até a estação de metrô mais próxima e pegamos a nossa linha direto até em casa, manobra impensável em Salvador! E com certeza na maioria das nossas cidades. Adoooro essa liberdade!

Fui dormir com uma sensação deliciosa de felicidade pelo dia mágico que vivemos hoje!